terça-feira, 5 de junho de 2007

Tatuagem na alma!


Chuva

Quem dera ser a chuva
Que lava as ruas do Meia Lua
Uma chuva colorida
Que vai arrastando
As folhas secas, gravetos e as areias
Pelo vento depositados nas esquinas
Uma chuva forte e rápida
Que enche de límpidas poças o meio fio
Que guarda dentro de suas casas as crianças
Que em olhinhos ansiosos a observam
Pelas frestas das janelas!
Quem dera ser esta chuva
Que ao cessar realça faiscante
O azul do céu e o Sol ainda molhado
Radiante!
Revela um misterioso arco-íris
Surgindo por de trás dos eucaliptos,
Na Serra.
E traz de volta as mulheres às calçadas
E os homens moradores da Praça
E, felizes sobre as rodas das bicicletas
Desfilam meninos e meninas.
“É preciso chuva para florir”
Quem dera a chuva
Repentina e colorida do Meia Lua
Se confundisse com as lágrimas
Daquela mulher em dor crua
E a fizesse sorrir, sentir
E entender que “a vida continua
E se entregar é uma bobagem”!


Sandra Virginia
17Set2006

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