sábado, 25 de dezembro de 2010

ღღ Um Feliz Ano Novo, de novo ღღ





Sim, estou decidida a afastar dois meu olhos tudo aquilo que me traz melancolia. Quero distanciar tudo que meus olhos enxergam e que magoam o meu coração.
Se “o que os olhos não vêem o coração não sente”... Então faço deste dito uma verdade suave e plena para minha existência que precisa urgentemente de leveza! De paz!
Não quero mais olhar para um lado e ver uma foto, uma estatueta, um desenho... Não quero ouvir “Kitaro” não quero saber do “Cosmos”...
Nego-me a olhar o que foi nosso... Quero apenas o meu mundo particular... Pequeno... Seguro!
Sinto não poder fugir nem evitar do olhar deles... Tão teus! As manias... As doçuras e iras.
Mas até essas coisas que não posso evitar, lutarei bravamente para não notar e se notar, quero inventar outro motivo para recordar... Um motivo que não seja tua existência.
Decididamente desfaço-me das peças e vestimentas do ritual sagrado que um dia me fez pensar por dois... Sonhar por dois... Pensei por um... Sonhei sozinha! Adormeci à tua frondosa sombra... Acordei estupefata e solitária.
Sob a lua cheia de cor prata... Na serenidade da noite... Decido calma e estupidamente, regada de uma emergência sensata... Decido por mim! Poderei tropeçar... Cairei na tentação de te encontrar ao olhar para as noites que me remeterão àquelas infindáveis enamoradas conversas ao doce luar e à delicada brisa... Ah... A paixão! As cartas de amor... Ridículas, como diria o poeta português... Livrarei-me delas também! Cruéis traçados na língua pátria... com um “Q” de ciência... Revelando o amor, intensificando a saudade, traçando planos... Planos que tal como num mapa de tesouro de piratas, que jamais se encontra... Um pote de ouro no fim do arco íris! E eu aprendi com você porque o céu á azul e porque o arco Iris tem as sete cores! Algumas culturas inúteis que me brilharam aos olhos me encheram de alegria!
Ah! Basta! Não quero mais nem a Lua cheia nem a lembrança do teu sorriso! Decido ferozmente que nada mais me trará melancolia!
A partir deste momento que tento alongar com tantas palavras vazias e pesadas, afasto-me e desisto de ti!
Lá fora chove forte agora... Talvez devesse eu banhar-me em suas gotas densas, transparentes.
Talvez devesse aventurar-me numa dança frenética como numa dança tribal de tal forma que o suor da minha exaustão se misturasse à chuva rasgada violentamente com bailar do meu corpo retirando de mim pensamentos impuros, sentimentos de dor... Quiçá ao findar desta nobre loucura não me sobrasse nada deste restinho ínfimo de você que ainda impregnado em mim não me permite a paz que quero e preciso...
A chuva... Leva as impurezas das ruas e calçadas... A chuva trai o nosso combinado... Traz-me lembranças...
Ah! Depois dela, novamente virá a lua... Cheia... E o céu a receberá em límpido azul marinho para que ela, majestosamente, embeleze a noite dos seres felizes... Dos poetas pálidos em sua tristeza inspiradora... Dos boêmios... Dos felinos nos telhados gritando de amor... Da moça namoradeira... Do bêbado cantarolando... Do trabalhador que exausto regressa ao lar sem nem ao menos notar sua beleza cintilante...
Estou tão decidida a livrar-me de você que não consigo controlar minha ansiedade... Minha mentira... Eu preciso deste engano! Eu preciso e desejo um Feliz ano Novo!

Dezembro2010

sábado, 20 de novembro de 2010

ღღ Amarelos ღღ


...
Tua lembrança
Será como uma pintura em aquarela...
Nas cores que se misturarão suavemente entre si
E em sobre tons serão quase uma só...
O tempo...
E os seus amarelos,
Intensos amarelos...
Serão os amarelos de todos...
E de tão banal não me saltará aos olhos
Nem causará tremores
Inda lembrarei com saudade,
Sim!
A simples saudade sem esperança
Nem alegre, nem triste!
Nem nada...
Esquecerei teus versos...
Tua poesia...
Teus defeitos!
Não sei, não sei, não sei!
Deixaste em tua herança
Teu sangue
Teu semblante
Sorrisos
E gestos...
E minha solidão
Justificará meu amarelo desbotado
Com o qual pintei seus dias...


nov/2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ღღ Bem ღღ



Novembro...
Só Deus sabe o tamanho da sua dor!
Aquela mulher de vermelho
Que de tão desfigurada não se reconhecia em si!
Mas que o espelho revelou
Perdida no tempo e no espaço
Da felicidade alheia!
Olhos vazios! Sem cor!
Noite insones...
Ouvia a voz que dizia!
“Bem!”
Coração saltitante dentro do peito já sem espaço para abrigá-lo!
Não! Não era o seu bem.
Lá, distante naquele bangalô...
De novo amor!
Dor!

nov/2010

domingo, 31 de outubro de 2010

"Se tudo passa ..."



Ah, meu eterno amor!
Você me deixou na relegada a solidão...
Pobre de mim... Busco meu bem querer!
Busco teus olhos estrábicos... o olhar expressivo e marcante
Teu gene dominante para o meu recessivo
Olho para os meus “dedos de batoca”
Você os trocou....
E eu na minha pequenez me achei tão grande!!!
Mas o teu “desespero” é tão maior
Sou quase um nada! Um cisco!
Solitário e iludido, eu!
Se Deus existe, se tudo passa...

(novembro 2010)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"Leveza"


O que outrora chamaste "desespero" tem nome próprio e pele clara!
Tem o peso da dor eterna de minh'alma
Hoje o teu desespero traz presente
E eu não seria capaz ... Não está traçado nas linhas da minha vida.
O teu desespero é agora tua alegria e é tão bonita...
É a razão de quietação e leveza da minha calma!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

"Não me mate dentro de ti!"



"Sutilmente"

(Composição: Nando Reis e Samuel Rosa)

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Por onde andei, bem te vi?




"Bem-te-vi! Bem-te-vi!"
Ecoa nos céus do Itaim a voz dos pássaros que felizes cantam pousados nas antenas de tv.
Tenho pena de ti que não pode apreciá-los, em bando acordando os amanhãs.
E de novo, de tão perto ele retumbante insiste: "Bem-te-vi, Bem-te-vi!"
De longe, tão longe, uma suave voz de fêma responde... "Bem-te-vi!" Será sua parceira?
Todos têm seu par!
E eu sinto pena de ti. Que colocou em meu lugar outro alguém!
De volta olho o céu do Itaim e busco pelos pássaros que trocam cortezias matinais em meio à garoa fina.
Está tudo diferente. Não me dei conta. Por onde andei?
As antenas já não as mesmas e as construções que nunca terminam também mudaram...
Dia frio e chuvoso que me remete a canção que diz "São Paulo da garoa!" e eu ainda criança!
Tenho pena de ti?
Meu olhar se distancia. Avisto a Serra coberta pela nuvem cinzenta ... Por um tempo acreditei que encontraria você atrás dela!
Bastava um pequeno gesto de locomoção e você estaria lá, à minha espera. Posso ver o cenário: Eu chegando, você de costas... Largas costas desnudas em razão do calor quase insuportável... Um segredo toma conta daquele bangalô. Segredo que eu sei mas temo admitir... Fecho os olhos! Sou despertada desta fulga instantânea pelos bem-te-vis agora num maravilhoso coro: "Bem-te-vi, Bem-te-vi! Bem-te-vi, Bem-te-vi!"
Neste cenário tristonho...
Tenho pena de mim!

domingo, 10 de outubro de 2010

Vão e voltam as estações


"Todos os dias é assim, eu me lembro de você!" ... Uma frase de uma canção brega. Que patético. Um castigo que consome meus dias feito uma praga, uma ira dos deuses. E eu vivo para ocupar meu coração, minha alma - sem sucesso. Pareço viver numa espécie de "feitiço do tempo" ... quando eu penso que vou viver um novo dia... volto ao principio... do fim. Fico procurando frenetica e desesperadamente voltar ao momento e local exato em que me perdi... Me magoo, me machuco, me condeno! Preciso do meu perdão... Os dias já não fazem grande sentido e eu me reduzo a simplemente passar as horas. Busco sentido à vida e tenho medo dela. Estou fadada a viver no passado? Um passado que não posso mudar. Um presente que não encontro sentido. Não... Não posso merecer tal punição! E o mundo gira... Vão e voltam as estações... E olho ao meu redor... O que vejo? Tantos sentidos para ser feliz... Um pecado para pagar... Quiçá algumas rezas e novenas ou mesmo algumas simpatias...O que estou dizendo? Ando descrente...Uma discrente a espera de um milagre... Que paradoxal! Sim! Esta é a palavra... Vivo um paradoxo. Uma dor que não tem remédio... Uma canção brega... Cujas rimas previsíveis são sem graça...Sem graça. E continuarei a ocupar meus dias para enganar a vida. Quem sabe num momento desses eu me encontre e feito magia, as rimas ganhem cores e sentidos como numa canção... brega, simples encantada!

"Poesia cor de rosa choque"




E lá, na ponta da viela, estava o pé de primavera... Cúmplice silenciosa e fiel da minha agonia diária. Todas as manhãs ao me adentrar ansiosa e solitária à viela sentia que aquele lindo pré de primavera me observava notando a minha passagem triste, cabisbaixa e com o coração aos pedaços!
Ele sofria comigo... Ele sofria... Suas flores caiam e teciam um lindo tapete trazendo aquela abandonada viela, beleza e encanto. Aos poucos perdia a cor rosa choque, ao passo que meus dias se tornavam cinzentos. Sofríamos da mesa dor... a perda!
O pé de primavera me ouvia... Já não falava sozinha! Sim ele me ouvia e me entendia!
E a viela se compadecia de nós...
Primaveras se anunciavam e se despediam...
Eu, o pé de primavera e a viela já nos conhecíamos e nos entendíamos tão bem. Um sentimento de cumplicidade permeava nossas vidas.
Nossa expectativa diária... Eu chegando, o pé de primavera me esperando, florindo de novo num esforço feliz de me mostrar que a vida se renova... A viela parecia sorrir...
Todo dia é dia de recomeçar...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Alma de poeta

O meu refrigerador não funciona...

Paguei à vista:
Passagem para Longedemim,
Técnica tailandesa de ca’quéterapia...
Mas a sua banha me afunda.

Papel... Caneta...
Esse meu indecifrável e afrodisíaco prazer táctil!
Cigarettes & alcohol! Transexual!
(o Richard Gere tá foda hoje!)

Eu??? Eu?!
Que coisa absurda!
Quem saberia?


Priscila Teixeira

sexta-feira, 9 de julho de 2010